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Professora do Departamento de Fonoaudiologia é fonte de reportagem da BBC Brasil sobre o tema “Discalculia”

Estima-se que entre 6% e 7% dos brasileiros em idade escolar possuem discalculia (reprodução BBC News Brasil/Getty Images)

Na reportagem ‘Não consigo ver as horas no relógio ou decorar meu telefone’: a rotina de quem vive com discalculia, publicada pela BBC News Brasil, a professora Patrícia Abreu Pinheiro Crenitte, do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) e coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL), explica que a discalculia é causada por uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais.

Fatores neurológicos: estudos de neuroimagem indicam que a discalculia pode estar relacionada a diferenças no funcionamento de áreas do cérebro envolvidas no processamento numérico, especialmente no lobo parietal, que é responsável por habilidades espaciais e matemáticas. Além disso, problemas na comunicação entre diferentes áreas do cérebro que processam informações matemáticas e numéricas também podem influenciar a discalculia. Isso inclui dificuldades em conectar os símbolos numéricos (como números e sinais matemáticos) ao que eles representam.

Fatores genéticos: a discalculia também pode ter um componente hereditário. Estudos indicam que familiares de pessoas com discalculia têm maior probabilidade de apresentar dificuldades semelhantes. Isso sugere que fatores genéticos podem influenciar a condição, embora ainda não haja um gene específico identificado como responsável.

Desenvolvimento cognitivo: problemas relacionados à memória de trabalho, habilidades visuo-espaciais e outras funções cognitivas podem contribuir para a discalculia, já que essas funções são importantes para o processamento matemático.

“Embora a discalculia tenha uma base neurológica e genética, fatores ambientais também podem influenciar. Falta de exposição a um ensino adequado de matemática, situações de estresse emocional ou condições socioeconômicas podem agravar ou contribuir para o aparecimento de dificuldades matemáticas. Esses fatores por si só não causam discalculia, mas podem intensificar os sintomas em indivíduos já predispostos”, ressaltou Patrícia.

Leia aqui a reportagem completa de autoria do jornalista Rone Carvalho, da BBC News Brasil.