O CPA será membro pelo período de 2025 a 2027
Em reconhecimento à sua trajetória e impacto científico, o Centro de Pesquisas Audiológicas (CPA), sediado no Campus da USP de Bauru, foi recentemente aceito como membro do World Hearing Forum (Fórum Mundial de Audição) da World Health Organization (Organização Mundial da Saúde-OMS), para o período de 2025 a 2027.
Esse fórum global reúne instituições de diversos países com a missão de “construir um mundo em que nenhuma pessoa sofra perda auditiva por causas evitáveis, e onde aquelas que convivem com a deficiência auditiva possam alcançar seu pleno potencial por meio da reabilitação, educação e empoderamento” (WHF).
O Fórum tem como objetivo facilitar a implementação das resoluções WHA70.13 e WHA79.13, voltadas à prevenção da surdez e da perda auditiva, além de apoiar as ações de advocacia da OMS na área da audição.
A relevância do CPA
O CPA, sediado no Campus da USP de Bauru, foi criado em parceria entre o Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC).
Homologado pela USP em 1990, o CPA foi, no mesmo ano, registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Em 2025, o CPA comemora 35 anos de atuação contínua e relevante na Ciência da Audição (1990–2025), sob a liderança do professor Orozimbo Alves Costa (área médica) e da professora Maria Cecília Bevilacqua e, mais recentemente, da professora Kátia de Freitas Alvarenga (área fonoaudiológica).
Ao longo dessas décadas, as pesquisas pioneiras desenvolvidas no CPA por professores, profissionais e alunos da área de Audiologia contribuíram significativamente para a formulação de políticas públicas voltadas à identificação, diagnóstico e tratamento da deficiência auditiva em diferentes faixas etárias.
Entre os marcos dessa trajetória, destacam-se as primeiras cirurgias de implante coclear realizadas no HRAC: em 17 de maio de 1990 em um adulto e em 3 de abril de 1992 em uma criança. Ambas ocorreram no contexto de projetos de pesquisa coordenados pela professora Maria Cecília Bevilacqua, com financiamento do CNPq e apoio institucional do então superintendente, professor José Alberto de Souza Freitas (Dr. Gastão).
Os resultados desses estudos foram decisivos para a inclusão do implante coclear na tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e para o credenciamento do HRAC como o primeiro hospital autorizado a realizar tal cirurgia pelo SUS, em 17 de setembro de 1993.
A mesma relevância se observa nas contribuições para a triagem auditiva neonatal — com estudos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que subsidiaram a formulação das diretrizes nacionais publicadas pelo Ministério da Saúde em 2012 — e para a regulamentação do uso do Sistema FM, culminando na publicação da Portaria nº 1.274/GM/MS.
(Com informações de Katia de Freitas Alvarenga, professora do Departamento de Fonoaudiologia da FOB-USP)