Instituição bauruense comemorou 5 décadas de atuação no dia 24 de junho
Assim que soube por um ultrassom na 24ª semana de gestação que seu filho nasceria com fissura labiopalatina, a médica veterinária Juliana Bonfim da Silveira, de Porto União (SC), pesquisou na internet sobre o assunto e descobriu o HRAC/Centrinho da USP em Bauru.
“Mesmo antes do Caio nascer, entrei em contato com o hospital e fiz o cadastro com o laudo dos exames que tínhamos. Logo após o nascimento, o tratamento já estava marcado. Ele veio para o Centrinho a primeira vez com 3 meses. Atualmente está com 6 anos e já passou por 5 procedimentos cirúrgicos. Já fechou lábio, palato, fez a soltura do lábio superior e agora fez a ponta do nariz, a columela. Segundo os médicos, ainda segue em tratamento até os 21 anos de idade”, relata.
Caio nasceu com fissura de lábio bilateral e fissura de palato (céu da boca) completa. A mãe conta que as primeiras dificuldades foram com a alimentação, refluxos e gases, pois o bebê ingere ar durante a alimentação. “Eu retirava leite materno e dava na mamadeira, com um bico especial que tampava o palato. Desde a primeira cirurgia já observamos melhoras e evolução. Depois do fechamento do palato, com 1 ano, tudo mudou. Quando o Caio iniciou a fala já estava com o palato fechado, portanto não teve dificuldades com a fala. Graças à eficiência de agendamentos do Centrinho, todos os tratamentos foram feitos nas etapas marcadas”.
Juliana deixa um recado especial à equipe do Hospital: “o Centrinho significa muito nas nossas vidas, pois transformou a nossa realidade. É um lugar de profissionais com muita empatia e humanidade com os pacientes. Sempre somos atendidos com um sorriso e um olhar amigo. Pessoas realmente maravilhosas e que gostam do que fazem. Gostaríamos de agradecer ao Centrinho por todas as oportunidades de tratamento ao Caio, aos profissionais que fazem deste lugar um local mágico e especialmente ao Dr. Garla [Luiz Alberto Garla, médico cirurgião do HRAC], que traz esperança de vida aos nossos corações a cada etapa do tratamento. Ao Centrinho, parabéns pelos 50 anos de trajetória e nosso muito obrigado”!
Como tudo começou
Quando foi concluído o estudo realizado por professores da FOB – que identificou a incidência de fissura labiopalatina em 1 a cada 650 crianças da população escolar bauruense – e se iniciou, em 24 de junho de 1967, o atendimento dos casos diagnosticados, eles nem imaginavam o que viria a se tornar o HRAC/Centrinho, hoje com excelência reconhecida nacional e internacionalmente.
Bernardo Gonzales Vono (Odontopediatria); Décio Rodrigues Martins (Ortodontia); Halim Nagem Filho (Prótese); José Alberto de Souza Freitas, conhecido como Tio Gastão (Radiologia); Ney Moraes (Odontologia Social); Noracylde Lima (Anatomia); e Wadi Kassis (Cirurgia) foram os sete fundadores do então Centro de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, que funcionou inicialmente em uma pequena sala da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP).
Começava assim o trabalho do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP, com o objetivo de promover uma reabilitação integral do paciente: estética, funcional e psicológica, que transformaria milhares de vidas ao longo das décadas, assim como a do pequeno Caio e de sua família.
Pioneirismo e inovação
Passado e presente do HRAC são fortemente marcados pelo pioneirismo e inovação. Foi o primeiro serviço especializado no tratamento da fissura no país. Hoje, é um dos poucos centros no mundo que utilizam microscópio em algumas cirurgias reparadoras de palato, o que torna a intervenção mais precisa.
Em 1990, foi realizada no Hospital a primeira cirurgia de implante coclear multicanal no Brasil, um dispositivo eletrônico que estimula diretamente o nervo auditivo, por meio de pequenos eletrodos inseridos cirurgicamente dentro da cóclea, substituindo parcialmente as funções desta parte do ouvido interno.
Hoje, intensificam-se as buscas por novas tecnologias e soluções para o tratamento da deficiência auditiva, com o uso de diferentes próteses auditivas cirurgicamente implantáveis, algumas delas de forma inédita no Brasil, apenas no HRAC. Essas próteses – cuja concessão ainda não está completamente efetivada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – têm trazido qualidade de vida a dezenas de pacientes que não se beneficiam dos aparelhos convencionais ou implante coclear, por motivos anatômicos ou médicos (como malformação de orelha ou otites médias crônicas). Elas promovem ótimos resultados na transmissão do som, permitindo a audibilidade dos sons da fala. Além disso, estudos realizados com essas próteses têm conquistado prêmios nos mais importantes eventos científicos internacionais da área, como os congressos das academias norte-americana e europeia de audiologia.
‘Trabalhamos para que nos próximos 50 anos essa excelência seja ainda mais ampliada’
A professora Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, atual superintendente do HRAC e diretora da FOB, destaca, na entrevista a seguir, o que o Hospital tem a comemorar nesses 50 anos, a importância de todos que trabalharam e os que constroem hoje a sua história, e as perspectivas para o futuro. Antes de ingressar na carreira acadêmica, a professora Maria Aparecida iniciou sua trajetória profissional no HRAC, atuando como odontopediatra entre 1984 e 1990.O que representam esses 50 anos do HRAC/Centrinho? O que a instituição tem a comemorar, tanto pela sua história como pelo trabalho desenvolvido hoje na prestação de serviços, pesquisa e ensino?
“Os 50 anos do HRAC-USP significam toda uma trajetória de sucesso de uma iniciativa do professor doutor José Alberto de Souza Freitas, o nosso querido Tio Gastão, que, enquanto professor da FOB-USP, soube motivar e enxergar uma perspectiva para poder proporcionar, ainda na década de 1960, uma possibilidade de reabilitação para pacientes com fissuras. E, a partir dali, de uma clínica, dentro da Faculdade de Odontologia de Bauru, e com a visão de um empreendedor, que é o Tio Gastão, o Centrinho se tornou uma referência mundial no tratamento, primeiro das fissuras, depois das síndromes, e posteriormente das deficiências auditivas. Nesses 50 anos o Centrinho se estabeleceu como uma instituição respeitada.Mais recentemente, mesmo com os percalços na economia que o Brasil vive nos últimos 4 anos, podemos dizer o HRAC não declinou na qualidade e na excelência daquilo que tem proporcionado aos seus milhares de pacientes que todos os dias estão aqui no nosso hospital.
E é por essa história de êxito que nós comemoramos esses 50 anos com olhar já em um novo momento, em que o Centrinho tem grandes desafios. Trabalhamos para que nos próximos 50 anos essa excelência e qualidade sejam ainda mais ampliadas, trazendo várias novas perspectivas. A mais recente foi a nossa parceria com a ONG internacional Smile Train, que dará novas possibilidades inclusive de financiamento de projetos e até mesmo de tratamento de pacientes, para que nós possamos galgar outras etapas. Assim como essa, outras parcerias estão sendo buscadas para podermos continuar comemorando a história de êxito de um hospital que começou pequenininho e que hoje é reconhecido internacionalmente como o único que oferece um tratamento humanizado e diferenciado para aqueles que nos buscam com o objetivo de ter uma oportunidade de se reabilitar e se integrar à sociedade de uma maneira bastante adequada. Estamos trabalhando com afinco para que isso não se perca, para que isso se preserve e, mais do que isso, possa ser incrementado e melhorado todos os dias”.
Qual a importância daqueles que já ajudaram e de todos que constroem hoje a história do HRAC?
“Vale salientar aqueles que se dedicaram a construir essa história. Eu sempre digo que, para estar em uma posição de liderança como é o caso do Centrinho, aqueles que nos antecederam trabalharam muito para que isso acontecesse. E essa história não pode se perder e não pode deixar de ser valorizada. Já mencionei o Tio Gastão, e há outros, como o professor Bernardo Vono e Luiz Ferreira Martins, que iniciaram e contribuíram com essa trajetória. Aqueles que ao longo dos anos fizeram também o dia a dia do Hospital, como os professores Ruy César Camargo Abdo (profissional com quem muito aprendi e tenho profunda gratidão), Heli Brosco, Leopoldino Capelozza, Omar Gabriel. Todos aqueles que ao longo desses 50 anos ajudaram a construir essa trajetória têm que ser lembrados e valorizados todos os dias, e devem se orgulhar muito de tudo isso que foi construído”!Qual o objetivo e foco principal do trabalho da atual gestão? E quais as perspectivas para o futuro da instituição?
“Assumi o Hospital em janeiro de 2016, em um momento bastante complexo da economia brasileira, com reflexo bem significativo na saúde pública, e o Centrinho depende de recursos do Sistema Único de Saúde, o SUS.Juntamente com uma equipe de profissionais que atuam há muitos anos no Hospital – as doutoras Cleide Carrara, Irene Bachega, Giovana Brandão, Ana Almeida (também professora da FOB) e o doutor Ayrton Marques de Almeida –, delineamos um projeto para que esses desafios fossem vencidos. Nosso foco, primeiramente, foi estabelecer os protocolos do Hospital (alguns ainda não tinham sido delineados), trouxemos para dentro do Centrinho a Divisão de Saúde Auditiva (o que significou, além de otimização de gastos, uma integração dos serviços).
Mais do que isso, trabalhamos para viabilizar o Centrinho naquilo que ele faz. Hoje estamos trabalhando também para que haja regulação via Departamento Regional de Saúde (DRS 6), de modo que, em um futuro não muito distante, voltemos a atender os novos pacientes do Brasil inteiro, mas aí com o repasse dos recursos dos outros Estados para o Estado de São Paulo. Quando os recursos são menores, como atualmente, temos que fazer uma gestão para priorizar o atendimento dos pacientes da região da DRS 6, depois do Estado de São Paulo, já que os recursos são do nosso Estado. Assim, com essa regulação, uma de nossas metas é atender o Brasil todo, como sempre foi feito.
Outro desafio: temos aí um prédio de 22 mil metros quadrados que precisamos dar uma destinação. Estamos trabalhando arduamente e diuturnamente para que possamos viabilizar o prédio para a cidade, para o Estado e para o Brasil. E também, para que o Centrinho possa ser o berço da Faculdade de Medicina da USP em Bauru. Estamos em tratativas ainda, mas, enquanto eu estiver à frente do Hospital, à frente da FOB – e essa já foi a minha fala no dia em que assumi a gestão na FOB, em março de 2014 – eu estarei trabalhando incansavelmente para que isso seja viabilizado. E, claro, com a vinda da Faculdade de Medicina da USP para Bauru, muitas situações que hoje temos dificuldade serão minimizadas, o que vai significar também um grande avanço para o Hospital.
Não posso deixar de mencionar o professor Carlos Ferreira dos Santos, que tem sido meu fiel escudeiro, meu vice-diretor e meu substituto também no Centrinho, que em todos esses pleitos tem estado ao meu lado. E, em relação particularmente à Faculdade de Medicina, também menciono as forças políticas da cidade que temos buscado apoio. Estamos unidos para que o benefício seja, além do Hospital, do município, do Estado de São Paulo e do Brasil. É importante dizer que, juntamente comigo, que estou fortemente envolvida nisso e com muita energia e vontade para que a Medicina USP Bauru aconteça, essas outras pessoas e segmentos da sociedade também estão empenhados para que possamos trazer essas várias soluções para Bauru. Portanto, isso não é um trabalho individual, mas de várias pessoas que acreditam na força de trabalho do Campus USP Bauru e no melhor para nossa cidade”.
Gostaria de destacar que mensagem ao público do HRAC neste aniversário?
“Gostaria de deixar uma mensagem de otimismo para os próximos 50 anos. Hoje estou à frente do Hospital. Espero que um dia, quando alguém me substituir, receba o Hospital de uma maneira muito tranquila e que possa fazer uma gestão de modo que o Centrinho tenha condições de permanecer nos próximos 50 anos tão bem quanto nesses primeiros 50. Já fizemos resoluções muito significativas para o dia a dia do Hospital, temos grandes desafios ainda pela frente, mas não temos receio de tomarmos as decisões que forem necessárias, mesmo aquelas que não são fáceis de tomar. Temos certeza que, com responsabilidade e cuidado com o que é público na gestão, nós continuaremos a oferecer para aqueles que nos buscam para a reabilitação – seja da fissura, das anomalias craniofaciais mais graves ou das deficiências auditivas – um tratamento de excelência, humanizado e de qualidade. Manter isso é o foco não só meu, mas do Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo, professor doutor Marco Antonio Zago, e de todos aqueles servidores que, com muito amor, se dedicam todos os dias a construir essa história maravilhosa.Eu mesma comecei minha vida profissional no Hospital. Fui residente de odontopediatria e depois contratada como odontopediatra. Tudo o que sei, que faço e o reconhecimento que tenho na minha especialidade – hoje, além de Professora Titular da Disciplina de Odontopediatria da FOB-USP, recentemente fui eleita vice-presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria – é muito por aquilo que aprendi com o professor doutor Ruy César Camargo Abdo ao longo de 6 anos em que estive no Centrinho. E por isso meu sentimento é de gratidão pelo que este hospital me proporcionou e ainda me proporciona, só que agora como gestora”.
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Medicina: ‘objetivo maior do que aquilo que pensamos’
Em conversa realizada por telefone neste mês de junho, o professor José Alberto de Souza Freitas (Tio Gastão), um dos sete fundadores e ex-superintendente do HRAC, fala sobre a origem da instituição, pontos-chave dessa trajetória de sucesso e o que representam esses 50 anos do Hospital. Aposentado desde 2012, Tio Gastão vive hoje com a família em Brasília (DF).Como teve início o trabalho do HRAC/Centrinho? O que se buscava resolver na época, em 1967?
“Na verdade, estávamos concentrados na população escolar de Bauru, inicialmente, quando foi identificado por meio de estudo a incidência de fissura em 1 a cada 650 crianças nascidas. Ninguém tinha noção da dimensão da problemática em nível nacional. A partir daí, no dia a dia, passou a ser construído o que se tornou o Centrinho, hoje uma referência nacional e internacional.Começamos então procurar resolver os casos diagnosticados na pesquisa. Foi quando se verificou que esses pacientes tinham outros comprometimentos secundários – dificuldade de fala, alteração no crescimento maxilomandibular – e que necessitavam de intervenção de uma equipe multidisciplinar, das várias especialidades da odontologia bem como de outras áreas da saúde. Assim começou o atendimento e também a disseminação do trabalho que realizávamos, uma mãe falando para outra”.
E como continuou a trajetória do Hospital? Quais foram os pontos-chave que permitiram o desenvolvimento do HRAC?
“Foi a sensibilidade das diretorias da Faculdade de Odontologia de Bauru [inicialmente nas gestões dos professores Paulo de Toledo Artigas (1960-1970), Luiz Ferreira Martins (1970-1974), Paulo Amarante de Araújo (1974-1978) e Luiz Casati Alvares (1978-1982)] e o apoio dos reitores da Universidade de São Paulo que permitiram ao Centrinho crescer. Primeiro, com a destinação de área nas dependências da Faculdade para a implantação inicial, com 6 salas, para atendimento médico, odontológico, da fonoaudiologia, psicologia, além de laboratório de prótese. Depois, com a destinação de recursos para a construção da primeira unidade do Centrinho, que tinha o formato da letra M, de mãe. Na época, contamos com o apoio de várias entidades para hospedar os pacientes que chegavam a Bauru para atendimento. Posteriormente, com a possibilidade de contratação de profissionais, e assim o Hospital foi crescendo.Com o tempo [no fim da década de 1980], passou-se a diagnosticar outros tipos de comprometimentos e que tipo de atenção deveria ser dada para solucionar esses casos. Foi aí que se iniciou o atendimento em saúde auditiva, implante coclear, em síndromes, com equipes especializadas e com o apoio, além da Universidade, do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado, que permitiu a aquisição de próteses auditivas e implantes e a atuação na área craniofacial”.
Para o senhor, qual o significado desses 50 anos de trabalho da instituição?
“A importância de um trabalho em equipe, em que todos pensam no paciente da mesma maneira e em que todos somos iguais. Todos são importantes para que o sucesso na reabilitação seja alcançado, desde a mais simples função até a mais complexa.E a continuidade do trabalho, após minha aposentadoria [tendo assumido a Superintendência, por um período, o doutor João Henrique Nogueira Pinto e a doutora Regina Célia Bortoleto Amantini], e agora com a professora Maria Aparecida Machado, que também iniciou sua carreira dentro do Centrinho, como profissional da área de odontopediatria, que tem a mesma filosofia e hoje busca alcançar os objetivos dessa estrutura que está aí, inclusive travando uma luta pela Faculdade de Medicina, um sonho antigo da comunidade bauruense”.
Que mensagem o senhor gostaria de deixar a todos nesse marco tão especial?
“Eu só quero, realmente, agradecer: àqueles que confiaram e ajudaram no passado e aos que no presente continuam a missão iniciada em 1967 e constroem o futuro, com um trabalho entrosado. A todos, nossa profunda gratidão, nossa fé no trabalho daqueles que estão à frente da instituição hoje – que a têm conduzido de uma maneira extremamente gratificante – e no contínuo desenvolvimento do Centrinho. O futuro? A grande meta é a Faculdade de Medicina, luta pela qual a professora Maria Aparecida está totalmente voltada e dedicada. Essa conquista será uma imensa alegria e uma vitória de toda a comunidade bauruense e da equipe como um todo, que continua seu trabalho e com objetivos até maiores do que aquilo que pensamos”.
Breve histórico
Após o estudo inicial e o início do atendimento aos pacientes diagnosticados em 1967, no ano de 1973, o centro – já conhecido pelo diminutivo Centrinho – foi institucionalizado como Centro Interdepartamental da FOB-USP. Em 1976, é transformado em unidade hospitalar autônoma e passa a receber o nome de Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, destacado como centro de excelência no atendimento pela USP e como referência mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na década de 1980, o Hospital passou a ser conveniado com o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) para prestar assistência especial e integral aos portadores de malformações faciais e iniciou o atendimento na área da saúde auditiva.
Em 1998, a instituição recebeu nova denominação, em vigor até hoje: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), devido à ampliação do seu campo de atividade. Durante essas décadas, a instituição colecionou conquistas que lhe renderam premiações e o reconhecimento como centro de excelência dentro e fora do Brasil.
Principais prêmios e certificações do HRAC-USP ou membros de sua equipe:
– Qualidade Hospitalar, pelo Ministério da Saúde, como resultado de pesquisa de satisfação dos usuários (2000);
– Prêmio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em reconhecimento à colaboração do Prof. Dr. José Alberto de Souza de Freitas para o desenvolvimento de pesquisas, do tratamento e da prevenção das anomalias craniofaciais (Suécia, 2001);
– Certificação como Hospital de Ensino pelos Ministérios da Saúde e da Educação (2005);
– Prêmio Mario Covas – Excelência e Inovação em Gestão Pública, pelo Governo do Estado de São Paulo (2008);
– Prêmio CAPES de Teses – Melhor tese da área Educação Física, grande área Ciências da Saúde (2008);
– Prêmio Melhores Hospitais do Estado – 6º lugar, nota final: 9,330 (2009);
– Prêmio Melhores Hospitais do Estado – 4º lugar, nota final: 9,384 (2010);
– Prêmio Melhores Hospitais do Estado – 8º lugar, nota final: 9,477 (2011);
– Olimpíada USP de Inovação – Medalha de Ouro: “Tecnologias da Saúde e Biológicas” (2011);
– Prêmio Saúde da Editora Abril, na categoria “Saúde Bucal” (2012);
– Prêmio Melhores Hospitais do Estado – Finalista, ficando entre os três melhores na categoria “Internação Humanizada – Interior” (2014);
– Prêmio Tese Destaque USP, grande área Multidisciplinar – Menção Honrosa (2015);
– Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS – Menção Honrosa (2016);
– Prêmio Eaono (Academia Europeia de Otologia e Neuro-Otologia) – Melhor trabalho clínico (2016);
– Prêmio de excelência no Congresso da Academia Americana de Audiolologia-AudiologyNow! – melhor pôster da área Aparelhos Auditivos Implantáveis (2017).
Em números
– Pacientes matriculados
Fissura labiopalatina e anomalias craniofaciais: 53.519
Saúde auditiva: 42.412
Outros programas: 13.118
Total de matriculados: 109.049
– Pacientes em tratamento
Fissura labiopalatina e anomalias craniofaciais: 33.610
Saúde auditiva: 24.968
Outros programas: 4.973
Total em tratamento: 63.551 (63% são do Estado de São Paulo)
– Total de cirurgias de implante coclear realizadas: 1.637
– Equipe formada por 606 profissionais de medicina, odontologia, fonoaudiologia, outras especialidades da saúde e diversas áreas de apoio, mais 6 docentes da FOB-USP que atuam em ambas as instituições
– 15 cursos oferecidos, todos gratuitos (mestrado, doutorado, especializações, residências médica e multiprofissionais, aprimoramento profissional e práticas profissionalizantes)
– 216 alunos matriculados em seus programas de ensino (sendo 9 estrangeiros, de países da América Latina
– 1.382 mestres, doutores e especialistas já titulados
Comemoração
Para comemorar os 50 anos de sua fundação, no dia 23 de junho foi realizada uma solenidade especial no HRAC.
O evento começou às 14h30, no Saguão de Entrada da Unidade 2 da instituição, e contou com a participação de dirigentes e comunidade do campus USP-Bauru, servidores aposentados, pacientes, familiares, autoridades e convidados.
Na solenidade foram realizadas homenagens e apresentação da Banda Sinfônica Municipal de Bauru.
“Foi importante celebrar este marco especial com todos aqueles que fizeram parte dessa história e os que constroem hoje a trajetória de sucesso do HRAC”, salientou a professora Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, superintendente do Hospital e diretora da FOB.
Curiosidades: o que acontecia no mundo em 1967?
No ano de fundação do HRAC, 1967, foi promulgada nova Constituição e o país passou a ser denominado República Federativa do Brasil. Também foi realizado o primeiro transplante de coração em humanos, na África do Sul. Che Guevara foi executado na Bolívia. Nos Estados Unidos, um incêndio matou a tripulação da nave Apollo 1, durante testes de lançamento espacial. Nas artes, os Beatles lançaram um de seus principais álbuns, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.