Diante de um auditório lotado, os novos reitor e vice-reitor da USP, Vahan Agopyan (foto) e Antonio Carlos Hernandes, tomaram posse no dia 29 de janeiro, na sessão solene do Conselho Universitário, realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo.
Mais de 800 convidados, entre autoridades políticas, diplomáticas e governamentais, representantes de instituições de ensino superior, ex-reitores da USP, dirigentes da Universidade, professores, servidores técnicos e administrativos, alunos e familiares, prestigiaram o evento.
A cerimônia teve início com a entrada dos membros do Conselho Universitário conduzindo os novos reitor e vice-reitor, ao som do hino acadêmico Gaudeamus Igitur, executado pela Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) e pelo Coral da USP (Coralusp), sob a regência da maestrina Márcia Hentschel. Após a abertura dos trabalhos pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a Osusp e o Coralusp apresentaram o Hino Nacional Brasileiro.
Em seguida, Agopyan e Hernandes leram os termos de compromisso e assinaram os termos de posse. Conforme estabelece o protocolo do cerimonial acadêmico, a etapa seguinte da sessão solene foi a transmissão das vestes talares.
Anseios e expectativas
A saudação em nome do Conselho Universitário aos novos reitor e vice-reitor foi feita pelo diretor da Faculdade de Direito (FD), José Rogério Cruz e Tucci, ressaltando que a posse “revela um momento de gala e de renovadas expectativas”. Dedicou, também, palavras de agradecimento ao reitor no período de 2014 a 2018, Marco Antonio Zago, “com um profundo reconhecimento por tudo o que fez pela USP. O seu nome passa a ser inscrito nos umbrais da USP como aquele que, pensando mais na Instituição que no seu próprio prestígio, conduziu-a com austeridade e inequívoca transparência. Inicia-se hoje um novo ciclo, temos absoluta convicção de que os professores Vahan Agopyan e Antonio Carlos Hernandes estão credenciados e têm experiência como gestores para esgrimir os enormes desafios que a USP ainda tem que enfrentar”, asseverou.
“A USP encontra-se nesse momento histórico diante de um seríssimo dilema, no qual precisa decidir entre retomar os ideais que marcaram a sua origem e continuar sendo uma importante universidade de nível internacional efetuando os devidos ajustes e mudanças ou se retornará uma entre as muitas instituições de ensino superior do Brasil, pesquisando e ensinando com competência, mas sem maiores aspirações. Não é uma decisão simples que pode ser tomada pelo reitor, pois exige um diálogo franco e aberto com a comunidade acadêmica e com a sociedade”, acrescentou.
Em seu discurso, Agopyan também destacou a necessidade de a Universidade interagir cada vez mais com a sociedade. “A USP sempre contribuiu para o desenvolvimento social com a formação de profissionais de excelência e, também, com a produção e transmissão do conhecimento. Neste século de mudanças radicais e rápidas, nossa Instituição tem que interagir de uma forma ainda mais direta e contínua com a sociedade, para atender aos anseios, expectativas e necessidades daquela que é, de fato, quem nos mantém e a quem devemos prestar contas”, afirmou.
Segundo o novo reitor, a USP é “uma universidade de pesquisa, isto é, as atividades de ensino, em todos os níveis, e as culturais se dão num ambiente de pesquisa. Para uma universidade de pesquisa ela é muito grande, consideravelmente maior que as congêneres internacionais de renome. Além disso, ela tem uma peculiaridade: não tem áreas de conhecimento prioritárias, a Universidade investe e procura ter a melhor qualidade possível em todas as áreas de A até o Z, de Agronomia a Zootecnia, casualmente duas áreas que a USP se destaca como uma das top five do mundo. Com essas particularidades tem-se poucas instituições, algumas na América do Norte, outras no Sudeste Asiático e, agora, com a junção de universidades e de escolas superiores, estão surgindo algumas na Europa continental”.
“Sou realista e, por isso, estou confiante no futuro da USP. Confio no talento dos docentes, na competência dos servidores técnicos e administrativos e na qualidade dos nossos alunos. Não podemos desperdiçar uma equipe dessas, temos a obrigação de conduzi-la com responsabilidade e determinação para alcançar os objetivos traçados”, considerou (clique aqui e acesse a íntegra do discurso).
Time campeão
O governador Geraldo Alckmin lembrou que o Estado de São Paulo é a segunda maior economia da América do Sul, com um PIB maior que o da Argentina, e alguns fatores contribuem para esse resultado: o amor ao trabalho, a diversidade e o compromisso com a ciência.
“A Constituição brasileira determina um investimento de no mínimo 25% em Educação. A Constituição paulista determina 30%. Nos últimos dois anos, em plena crise, nós investimos 31% em educação e mais 1% na Fapesp. Administrar em tempos de crise não é fácil. O reitor Zago e eu passamos três anos em recessão, mas, mesmo assim, ele conseguiu realizar mudanças importantes, com serenidade e firmeza. E a resposta da Universidade foi extraordinária. Zago deixa o cargo com um grande reconhecimento do seu trabalho. Todos somos muito orgulhosos da Universidade de São Paulo. O orgulho é justo, pois a instituição já trouxe muitos benefícios para o Estado. Ficamos muito felizes de estar aqui e honrados por sediar essa cerimônia. Com a nova gestão e esse time campeão, a USP continuará a vencer, pelo bem de São Paulo e do Brasil”, falou Alckmin durante a sessão solene.
O encerramento da cerimônia contou com a apresentação da Osusp, que executou a obra Divertimento em Fá Maior K. 138, de Wolfgang Amadeus Mozart.
Quem são
A chapa de Agopyan e Hernandes foi a mais votada, com 1.092 votos, e encabeçava a lista tríplice, encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, resultante da eleição realizada na Universidade, no dia 30 de outubro. A nomeação foi feita por Alckmin em 13 de novembro.
O novo reitor da USP, Vahan Agopyan, é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica (Poli), mestre em Engenharia Urbana e de Construções Civis pela mesma instituição e Ph.D. pela Universidade King’s College de Londres.
Professor da USP desde 1975, foi vice-diretor e diretor da Poli; diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT); coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e vice-presidente do Conselho Internacional para Pesquisa e Inovação em Edificação e Construção.
Agopyan foi pró-reitor de Pós-Graduação da USP no período de 2010 a 2014 e foi vice-reitor da Universidade na gestão Zago.
O novo vice-reitor, Antonio Carlos Hernandes, é professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) desde 2008. Graduou-se em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e obteve título de doutor em Física Aplicada pela USP, com estágio na Universidade de Gênova, na Itália.
É coordenador de Ensino e Difusão Científica do Centro para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (Cepid/Fapesp), vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Materiais em Nanotecnologia e coordenador do Centro de Tecnologia de Materiais Híbridos, um dos Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP.
Hernandes foi diretor do IFSC no período de 2010 a 2014 e foi pró-reitor de Graduação da USP na gestão cessante.
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