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Iniciativa visa multiplicar informações sobre a fissura labiopalatina e o acesso ao tratamento

Promovida pela Smile Train, campanha “Há sorrisos que mudam vidas” seguirá até o dia 31 de outubro; HRAC-USP em Bauru contará com atividades lúdicas e educativas nesta quarta-feira, 5 de outubro

Para multiplicar informações sobre a fissura labiopalatina e sobre o acesso ao tratamento, a Smile Train – maior organização filantrópica do mundo nessa área – acaba de lançar a campanha “Há sorrisos que mudam vidas”, que segue até o dia 31 de outubro. O mês escolhido é uma referência ao Dia Mundial do Sorriso, celebrado toda primeira sexta-feira de outubro.

O objetivo é divulgar o que é a fissura labiopalatina e a importância de que todas as crianças possam ter acesso às cirurgias iniciais e ao tratamento integral que necessitam, o que inclui equipe médica, odontológica, fonoaudiológica e de diversas outras áreas da saúde e de apoio.

Por meio da campanha, pessoas com fissura labiopalatina, seus familiares ou aqueles que buscam por tratamento ou por mais informações sobre o assunto poderão acessar o site www.smiletrainbrasil.com/sorrisos e cadastrar seus dados, para que a equipe da Smile Train entre em contato.

No mesmo site, profissionais de saúde que desejarem se aproximar da organização para colaborar também poderão deixar seus dados.

Em suas redes sociais (@smiletrainbrasil), a entidade está compartilhando vídeos e histórias inspiradoras de crianças com fissura labiopalatina e o processo de reabilitação.

Em Bauru
Centro de Liderança em Fissura Labiopalatina, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da Universidade de São Paulo (USP) em Bauru contará com ações especiais nesta quarta-feira, 5 de outubro, das 10h às 14h. A programação inclui atividades e distribuição de brindes pela Smile Train aos pacientes.

No jardim interno, um dos quiosques será transformado em um “Hospital Trem do Sorriso”, com estações interativas onde as crianças poderão explorar e fazer simulação de atendimentos médicos e odontológicos em bonecos com fissura labiopalatina. Os cenários serão compostos por itens que simularão berço hospitalar, cama, mesa para atendimento, cadeiras do profissional e do paciente, armário com medicamentos, instrumentos de atendimento médico e odontológico, roupas profissionais, entre outros adereços. A proposta da atividade lúdica é contribuir para que pais estejam mais informados e as crianças ambientadas e mais tranquilas, condições que favorecem, por exemplo, a segurança do paciente em cirurgias.

O grupo Fábrica de Sorrisos também vai trazer diversão e brincadeiras para as crianças, com atividades como jogos de tabuleiro gigante, mesa sensorial e pintura facial.

Será montada ainda, na Brinquedoteca do Hospital, um espaço instagramável com o tema “Há sorrisos que mudam vidas”, onde as crianças e adultos poderão registrar suas fotos para publicar nas redes sociais. O ambiente ficará disponível após o encerramento da campanha, no final de outubro.

“Além de propiciar atividades lúdicas e educativas aos pacientes e familiares – o que torna mais leve sua permanência no ambiente hospitalar –, é sempre importante aproveitar cada oportunidade e cada data comemorativa como essa para ampliar o acesso à informação sobre a fissura labiopalatina e o conhecimento da sociedade sobre esta condição, que impacta a qualidade de vida de muitas pessoas, mas que tem tratamento”, ressalta o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP.

Sobre a malformação
A fissura labiopalatina acontece quando há problemas na formação da face do futuro bebê nas primeiras semanas da gestação, podendo envolver, de maneira isolada ou associada, o lábio, a gengiva e o céu da boca (palato).

A incidência é de uma criança a cada 650 nascidas vivas. A malformação pode ter causa genética e estar associada ou não a outras alterações. Pode estar relacionada, ainda, a fatores ambientais como obesidade ou outras doenças maternas, deficiência de vitaminas na mãe, além de uso de determinados medicamentos, cigarro e álcool no início da gestação.

Essa condição congênita traz impactos tanto estéticos como funcionais, como dificuldades na alimentação, alterações nos dentes e na mordida, implicações no crescimento da face e no desenvolvimento da fala e audição, além de problemas emocionais e sociais.

“O tratamento multidisciplinar, quando iniciado precocemente, permite que a criança tenha um melhor desenvolvimento e qualidade de vida. Além da reparação cirúrgica, o processo de reabilitação exige, muitas vezes até a fase adulta, a intervenção e acompanhamento com diversos profissionais, como médicos, cirurgiões-dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, biólogos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, além de técnicos e demais áreas de apoio”, salienta o superintendente do HRAC-USP, professor Carlos Ferreira dos Santos.